A medalha de prata conquistada por Felipe Wu, na prova de
pistola de ar 10m, virou os holofotes para a equipe de tiro esportivo do
Brasil. Se antes da Olimpíada do Rio de Janeiro a modalidade estava longe de
figurar entre as favoritas ao pódio, o feito de Wu encheu os brasileiros de
esperança com a participação dos outros representantes do país. No entanto,
após conseguir apenas a 39ª posição na modalidade skeet (tiro ao prato), Renato
Portela mostrou a outra face do esporte no país. Sem incentivo e com pouco
tempo para treinar, ele disse que alguns membros da equipe possuem condições
privilegiadas e elencou todos os problemas enfrentados por outros atletas do
time.
- A medalha do Wu foi muito importante e trouxe uma expectativa
muito grande para o tiro esportivo. Mas o que acontece é o seguinte: alguns
atletas como Felipe Wu, Cassio Rippel, Emerson Duarte e Júlio Almeida foram
incorporados pelo exército, que os dá todas as condições de treino e que
possibilita que eles participem de competições. No tiro ao prato, isso não
ocorre. Tudo que fazemos é por conta própria. Trabalho para me manter e para
manter meus treinos e competições. Então, você não pode pensar em resultado
melhor de atletas amadores, quando esses disputam com profissionais.
Visivelmente contrariado, Portela deixou claro que a
colocação não era uma crítica aos companheiros de equipe, muito pelo contrário.
Na avaliação dele, o que falta é uma condição igual para que o Brasil possa
tentar conquistar resultados mais satisfatórios em competições internacionais
- Acredito que estou atirando bem, mas como posso fazer um
resultado melhor? Comecei a treinar em janeiro para a Olimpíada e isso é pouco.
Dou cerca de 125 tiros por dia, pois treino na parte da manhã e trabalho à
tarde. Também não tenho qualquer tipo de auxílio psicológico. Posso assegurar
que 70% do tiro é a cabeça do atleta. Mas para ter apoio psicológico eu tenho
que pagar – disse Portela, que tem um posto de gasolina e criações de gado e
peixe, em Goiás.
Portela volta a competir neste sábado. Após conseguir a 39ª
posição na eliminatória do skeet, nesta sexta-feira, ele tenta uma recuperação
– improvável –, para chegar ao sexto posto e, com isso, conquistar uma vaga na
final da categoria.
Fonte: Olimpiadas 2016
Um comentário:
O que me deixa mais triste é saber que não é so Tiro ao Alvo que não tem investimentos necessários para que seja bem reconhecido temos também o futebol Feminino entre outros esportes. Aqui estão alguns centros esportivos que achei bem legal: http://goo.gl/J5JCq1
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