sábado, 13 de agosto de 2016

Portela critica falta de apoio ao tiro: “Sem investir, não tem resultado”

 Após ir mal, brasileiro destaca diferença de condições entre membros da equipe e pede mais investimento para a modalidade no país: "Trabalho para me manter"

A medalha de prata conquistada por Felipe Wu, na prova de pistola de ar 10m, virou os holofotes para a equipe de tiro esportivo do Brasil. Se antes da Olimpíada do Rio de Janeiro a modalidade estava longe de figurar entre as favoritas ao pódio, o feito de Wu encheu os brasileiros de esperança com a participação dos outros representantes do país. No entanto, após conseguir apenas a 39ª posição na modalidade skeet (tiro ao prato), Renato Portela mostrou a outra face do esporte no país. Sem incentivo e com pouco tempo para treinar, ele disse que alguns membros da equipe possuem condições privilegiadas e elencou todos os problemas enfrentados por outros atletas do time.

- A medalha do Wu foi muito importante e trouxe uma expectativa muito grande para o tiro esportivo. Mas o que acontece é o seguinte: alguns atletas como Felipe Wu, Cassio Rippel, Emerson Duarte e Júlio Almeida foram incorporados pelo exército, que os dá todas as condições de treino e que possibilita que eles participem de competições. No tiro ao prato, isso não ocorre. Tudo que fazemos é por conta própria. Trabalho para me manter e para manter meus treinos e competições. Então, você não pode pensar em resultado melhor de atletas amadores, quando esses disputam com profissionais.

Visivelmente contrariado, Portela deixou claro que a colocação não era uma crítica aos companheiros de equipe, muito pelo contrário. Na avaliação dele, o que falta é uma condição igual para que o Brasil possa tentar conquistar resultados mais satisfatórios em competições internacionais

- Acredito que estou atirando bem, mas como posso fazer um resultado melhor? Comecei a treinar em janeiro para a Olimpíada e isso é pouco. Dou cerca de 125 tiros por dia, pois treino na parte da manhã e trabalho à tarde. Também não tenho qualquer tipo de auxílio psicológico. Posso assegurar que 70% do tiro é a cabeça do atleta. Mas para ter apoio psicológico eu tenho que pagar – disse Portela, que tem um posto de gasolina e criações de gado e peixe, em Goiás.

Portela volta a competir neste sábado. Após conseguir a 39ª posição na eliminatória do skeet, nesta sexta-feira, ele tenta uma recuperação – improvável –, para chegar ao sexto posto e, com isso, conquistar uma vaga na final da categoria. 

Fonte: Olimpiadas 2016

Um comentário:

Anônimo disse...

O que me deixa mais triste é saber que não é so Tiro ao Alvo que não tem investimentos necessários para que seja bem reconhecido temos também o futebol Feminino entre outros esportes. Aqui estão alguns centros esportivos que achei bem legal: http://goo.gl/J5JCq1