sexta-feira, 20 de maio de 2016

ASSASSINATO DE EMPRESÁRIO NO PARQUE ESPLANA I REVOLTA MORADORES DE VALPARAÍSO/GO

A tentativa de assalto que resultou na morte de Eudes Soares de Oliveira Júnior, comerciante do ramo farmacêutico no Pq Esplanada I em Valparaíso, ocorrido na noite da última quarta feira ( 18 ) provocou revolta e  indignação na população, com tanta violência que vêem sofrendo. Logo após o sepultamento do jovem ontem à tarde. Amigos e parentes resolveram fechar a rodovia BR040, para protestar contra a falta de segurança, o que provocou um longo congestionamento, a cada 15 minutos  a rodovia era fechada, ora no sentido BSB/LZA, ora no sentido LZA/BSB.

Os manifestantes portavam faixas e cartazes e gritavam palavras de ordem ( do tipo. * Nós queremos paz, Valparaíso não aguenta mais, e * Júnior meu irmão, você não morreu em vão.
Pediam sobretudo paz, justiça e segurança, mas também reclamavam da falta de iluminação na BR que se encontra em completa escuridão, do péssimo atendimento na área da saúde, da falta de investimentos na educação, das ruas esburacadas, da má qualidade do transporte público, dos constantes assaltos aos ônibus coletivos, etc. Uma mulher portava um cartaz que denunciava o desaparecimento de um parente desde o dia 10 de abril do corrente ano.

Embora fosse uma manifestação pacífica, acompanhada de perto pela PM e pela PRF que garantiam a segurança dos manifestantes, no momento em que trocavam de sentido, antes que fossem colocados os cones, um carro com alguns militares passou no sentido LZA/BSB  e jogou no meio da pista uma bomba de gás de pimenta, causando tosse, espirros e ardência nos olhos e nos lábio, prejudicando principalmente as crianças, mas os manifestantes se mantiveram firmes em seu propósito.

Ajoelharam-se todos e, de mãos dadas, rezaram a oração do Pai Nosso, uma mulher deitou-se no meio da rodovia simbolizando  os muitos mortos pela violência na região. Presença marcante das crianças, que traziam nos olhinhos assustados a dor e a tristeza pela perda do amigo querido, que sempre tinha um sorriso, uma bala ou um chiclete para lhes agradar.

Nos rostos e nos olhares consternados de todos, o medo, a insegurança, a dor e a revolta.
Revolta por tantos parentes, amigos e conhecidos  que tiveram suas vidas interrompidas pelas mãos de um bandido, revolta por sermos reféns em nossas próprias casas, revolta por horas de angústia que duram desde as primeiras horas da manhã até a hora que nossos amados que voltam do trabalho estejam em casa, onde também não nos sentimos em segurança.


Em cada peito, em cada coração, em cada boca a mesma pergunta: - Quem será a próxima vítima? Quantos Júniors ainda terão de morrer? Ainda quantas (os ) viúvas (os ) ? Quantos órfãos? Quantas mães ainda terão de chorar seus filhos, até que prefeitos (as ), governadores, deputados (as) que foram por nós eleitos , se lembrem que existimos e que estamos a mercê de bandidos e entregues à própria sorte?

SEGURANÇA É DIREITO DO POVO E É DEVER DO ESTADO!!!!

À todos que voltavam para suas casas depois de um dia estafante de trabalho, desculpamo-nos pelo transtorno causado. A culpa é da violência.
E passadas as primeiras horas de comoção, a lágrima seca e a mente prepara o corpo para a próxima covardia.

         SENHOR GOVERNADOR
As flores de Valparaíso fedem à sangue e morte.
            JÚNIOR ERA NOSSO AMIGO!!!!
EXIGIMOS JUSTIÇA E SEGURANÇA.

Texto escrito por :

Por Alba Valéria, moradora de Valparaíso.

2 comentários:

Kleberson de Sá disse...

A população está refém em suas próprias casas. Não podemos sair nem pra trabalhar. Até quando esse governo vai ficar sem tomar atitudes?

Jardel Pierre disse...

A população não aguenta mais tanta violência!