Pedido tem como base as delações de ex-executivos da
Odebrecht, mas não está relacionado à Lava Jato; defesa diz que pedido causa
'perplexidade' mas que governador não tem preocupação.
O vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Andrada,
pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de um inquérito para
investigar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
Em nota, a defesa de Perillo disse que o pedido de abertura
de inquérito baseado em uma delação causa "perplexidade". Diz ainda
que o governador não tem "nenhuma preocupação" com o que foi dito por
delatores (leia a nota na íntegra ao final desta reportagem).
O pedido da PGR se baseia em delações premiadas de
ex-executivos da construtora Odebrecht. Ainda não há detalhes sobre as
suspeitas apontadas contra o governador pelo Ministério Público Federal.
Atualmente, no STJ, os inquéritos relacionados à Operação
Lava Jato estão sob a relatoria do ministro Luis Felipe Salomão, e, como o
pedido da PGR não tem relação com as fraudes na Petrobras, foi sorteado para o
ministro Benedito Gonçalves.
Caberá ao ministro Benedito Gonçalves, portanto, autorizar
ou rejeitar a abertura do inquérito, assim como a coleta de provas pedida pela
Procuradoria Geral da República. Não há prazo para o magistrado tomar a
decisão.
Leia a nota divulgada pela defesa de Marconi Perillo:
NOTA DA DEFESA DO GOVERNADOR MARCONI PERILLO
A abertura de um inquérito baseado tão somente nas palavras
de um delator nos causa perplexidade.
A palavra do delator, como bem disse o Supremo Tribunal
Federal (STF), não faz prova alguma. Pelo menos antes da abertura do inquérito,
o que já é um gravame para qualquer homem público ou cidadão, seria necessário
ouvir a pessoa indicada e abrir uma sindicância anterior.
O governador Marconi Perillo não tem nenhuma preocupação com
o que foi dito pelos delatores e espera o conhecimento pleno do que consta na
delação poder se manifestar. Conforme já demonstrado pela defesa e pela
imprensa, há uma série de incongruências e incoerências nos depoimentos dos
ex-executivos da Odebrecht.
A defesa aguarda que o mais breve possível seja dado o
acesso à plenitude dessas delações para se pronunciar.
Antônio Carlos de Almeida Castro/Kakay
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