Ex-parlamentares são denunciados pelo MPF por supostas
irregularidades no uso da cota de passagens aéreas da Câmara
entre um deles o ex. Deputado Federal Marcelo melo que disputou a prefeitura de Luziânia
O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra
10 ex-deputados federais goianos por supostas irregularidades no uso da cota de
passagens aéreas da Câmara dos Deputados (veja quadro). Os ex-parlamentares
foram incluídos em 52 denúncias contra 443 políticos aos quais foram atribuídos
o crime de peculato, cuja pena pode variar entre 2 e 12 anos de prisão.
A denúncia encaminhada ao Tribunal Regional Federal da 1ª
Região (TRF-1) tem relação com o caso que ficou conhecido em 2009 como a “farra
das passagens”. À época, foi descoberto que parlamentares usavam a cota
parlamentar para emitir bilhetes aéreos para turismo e outros usos que
extrapolavam as regras da Câmara, que permite basicamente o deslocamento entre
os estados de origem e Brasília.
Os goianos denunciados são: Carlos Alberto Lereia (PSDB),
Enio Tatico (PMDB), Iris Araújo (PMDB), Leandro Vilela (PMDB), Leonardo Vilela
(PSDB), Luiz Bittencourt (PTB), Marcelo Melo (PSDB), Pedro Wilson (PT), Raquel
Teixeira (sem partido) e Sandro Mabel (PMDB).
Entre os outros políticos incluídos na denúncia estão o
prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), Antônio
Palocci (PT) e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB). Apesar de ter se
envolvido na “farra das passagens”, o nome do presidente Michel Temer (PMDB)
ficou de fora por conta de seu foro privilegiado.
O peemedebista, que só pode ser denunciado pela
Procuradoria-Geral da República e julgado pelo Supremo Tribunal (STF), usou a
cota parlamentar para bancar viagem de turismo de familiares à Bahia. Ele
presidia a Câmara dos Deputados.
Por ser sigilosa, a denúncia só será divulgada, segundo a assessoria
do MPF, após o TRF-1 se manifestar sobre o caso, algo que pode acontecer ainda
hoje. Portanto, ainda não é possível conhecer detalhes sobre as irregularidades
supostamente praticadas por todos os goianos.
Ainda assim, alguns casos que ligaram goianos à “farra das
passagens” vieram à tona em 2009. Entre eles estava a denúncia de que Luiz
Bittencourt teria vendido parte da cota de viagens para uma agência de viagens
paranaense, que revendia as passagens à Universidade Estadual de Maringá. O
caso foi parar no STF.
- Marcelo Melo, que disputou a prefeitura de Luziânia, e Sandro Mabel, hoje braço direito de Michel Temer, teriam ido para o exterior ao lado de familiares com dinheiro da cota de passagens.
Atual secretário estadual de Saúde, Leonardo Vilela afirmou,
via assessoria, que desconhece a denúncia e não cometeu nenhum ato ilegal. A
assessoria de Rachel Teixeira, titular da Secretaria de Educação, Cultura e
Esporte (Seduce), informou que ela retornava ontem de viagem para os Estados
Unidos e que não foi possível localizá-la.
O POPULAR tentou contato com todos os outros denunciados,
mas não os encontrou nem recebeu retorno até a conclusão desta edição.
04/11/2016
Fonte: Jornal Opopular
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