quarta-feira, 25 de maio de 2016

Adolescente achada com lesões diz à polícia que apanhava de pau e facão. Menor de 17 anos está em abrigo; pai e madrasta foram presos por tortura.
Caso chocou delegado em Goiás: ' Tinha mais de uma centena de marcas'.

23/05/2016
Fonte: G1
A adolescente de 17 anos encontrada dentro de casa com sinais de espancamento prestou depoimento à Polícia Civil e revelou de que forma ocorriam as agressões. Segundo o delegado Antônio Humberto, a garota alegou que apanhava com pedaços de madeira, fios e até mesmo de facão. O caso ocorreu em Formosa, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal. O pai e a madrasta estão presos suspeitos do crime.

A garota foi localizada na sexta-feira (20), após uma denúncia feita ao Conselho Tutelar. Ainda conforme o delegado, um pau que era usado nas agressões foi apreendido pela polícia. Ele afirma que a adolescente tinha "mais de uma centena de marcas" espalhada pelo corpo, algo que o deixou bastante sensibilizado.

"É uma situação de muita violência. Todos que tiveram contato com ela ficaram impressionados com as marcas. Da minha parte, não houve dúvidas sobre o sofrimento que ela vinha sofrendo. Foi uma coisa chocante, que a gente só via na época da escravidão", 

Segundo o delegado, o pai confessou ter agredido a menor como forma de castigo por atitudes como tentar fugir ou inventar uma mentira.
O pai também tentou eximir a companheira do crime, mas, baseado no depoimento da adolescente, o delegado também resolveu autuá-la. Ambos irão responder pelo crime de tortura - o qual engloba atos como cárcere privado e restrição de alimentos. A pena, em caso de condenação, é de 2 a 8 anos de prisão.

A adolescente está em um abrigo da cidade aos cuidados do Conselho Tutelar. De acordo com a conselheira Valéria José Pereira, ela morava há cerca de um ano com o pai e madrasta. A mãe dela, que mora em São João D'Aliança, na região norte de Goiás, mandou a filha para viver com o pai porque estava em dificuldades financeiras.

"Na época, ela não tinha condições de criar e pediu para que o pai ficasse com ela até se reestabelecer financeiramente. O pai e a madrasta não deixavam nem a menina ir à escola, pois se ela tivesse convívio com outras pessoas, as agressões poderiam ser descobertas", conta.

Valéria disse que a menina é "doce e tranquila" e que ainda está muito assustada com a situação.

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