terça-feira, 26 de abril de 2016

Sequência de homicídios assusta moradores de distrito de Cristalina

Presidente de associação afirma que 24 pessoas foram mortas em um mês.
PM diz que mortes podem estar ligadas a duas gangues de Campos Lindos.

Uma onda de homicídios está assustando moradores de Campos Lindos, um distrito de pouco mais de 15 mil habitantes que fica a 100 km de Cristalina, no Entorno do Distrito Federal. Segundo um levantamento feito pela Associação de Moradores do povoado, 24 pessoas foram assassinadas em 30 dias. Ele reclama que na região não existe uma delegacia de Polícia Civil para que os casos sejam investigados. Segundo a Polícia Militar, os crimes podem ter ligação com o confronto entre duas gangues que residem no local.

“Nós temos duas gangues rivais aqui se enfrentando. E a gente, de certa forma, tem essa informação precisa pelo fato de um policial daqui da região ter abordado um suspeito na rua e no celular dele ter conversas por exemplo ‘E aí? Não vai vingar a morte do Fulano não?’, o outro ‘É mesmo mataram nosso amigo, mas temos que voltar e matar o outro’”, contou o tenente da PM Felipe Feitosa.

O último caso registrado foi um duplo homicídio de um casal de feirantes. Segundo um homem que conhecia as vítimas, o crime foi premeditado. Em outro caso, uma das principais mercearias do distrito está fechada há mais de vinte dias depois do proprietário ser assassinado no início de abril.

"Nós estamos abandonados aqui. Nossos jovens estão morrendo para o tráfico, para a briga de gangues. A gente precisa parar com essa matança senão não sei o que vai ser de nós. Em um levantamento nosso, 24 pessoas morreram em um mês. Nós tivemos que levantar esses crimes já que não existe delegacia aqui, só temos PM trabalhando aqui em Campos Lindos", desabafou o presidente da Associação de Moradores do distrito, Clovis Antônio de Jesus.

O prédio onde funcionava uma delegacia da Polícia Civil foi desativado há mais de 5 anos, segundo os moradores. A única unidade de polícia que funciona na região é um posto da PM. Por conta da série de crimes, a corporação tem reforçado o policiamento através do Batalhão de Choque.

O presidente afirma que a maior dificuldade é para registrar boletins de ocorrência e pede a implantação de uma delegacia para apurar a onda de violência na região. “Daqui a Cristalina são 101 km não tem como registrar a sua ocorrência, não tem como investigar o crime, assim fica a deriva”, desabafou.

O delegado regional de Luziânia, Rodrigo Mendes, informou que o boletim de ocorrência agora é unificado e pode ser registrado pela Polícia Militar e até pelo Corpo de Bombeiros.


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