Entidade foi criada por professor da rede pública com
finalidade de oferecer oportunidade para aqueles que têm interesse em oficinas
de artes cênicas
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As integrantes do grupo mirim, Álfio e a coordenadora Cindy |
Luziânia, cidade localizada no entorno do DF, é um lugar
histórico, mas que oferece poucas atrações culturais aos jovens e as crianças.
Para tentar suprir essa lacuna, o professor e artista plástico José Álfio da
Silva decidiu criar uma ONG, que leva o nome Proteger Luziânia, para levar
cultura e ensinar arte para crianças e adolescentes. Foi assim que surgiu o
teatro Véu da Lua. “Como o teatro começou a se apresentar nos espaços da
cidade, muitas mães assistiam e queriam que os filhos participassem, já que
Luziânia não tem uma escola específica para artes cênicas”, lembra o
professor. A princípio, a companhia era só para os
adolescentes.
As crianças começaram a participar do teatro junto com os
jovens, mas o artista plástico comenta que, pela dificuldade em administrar
todos juntos, decidiram criar o subgrupo voltado somente para os pequenos.
Surgiu, assim, no início deste ano, o Véu da Lua mirim.
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Atualmente, o grupo é composto somente por três crianças:
Cecília Caixeta, de 12 anos; Clara Duarte, também de 12 anos; e Débora de
Oliveira, de 11 anos. “Estamos com uma campanha de divulgação nas escolas,
principalmente na rede pública, para ampliar o espaço de participação”, comenta
o professor.
José Álfio reforça que o objetivo do projeto, tanto com os
jovens, quanto com as crianças, é dar oportunidade para aqueles que têm
interesse na arte. “Nosso intuito é atender e mostrar o talento deles. Também é
uma forma de prevenção contra os malefícios sociais”, afirma.
A fotógrafa Gisele Lima, mãe da Clara, comenta que a filha
sempre demonstrou interesse pelo universo cênico e que ela conheceu a oficina
através de uma amiga. A mãe afirma que ela e toda a família apoiam a menina.
“Eu só incentivei. Se a criança demonstra qualquer tipo de interesse, por algo
saudável, você tem que apoiar”, aconselha Gisele.
O que Cecília, Débora e Clara têm em comum é o interesse
pelo teatro. Clara até já escreveu uma peça e quer apresentar para as colegas.
“Eu escrevo em casa sozinha, a peça é sobre a Chapeuzinho Vermelho. Aqui, em
cada aula aprendemos um tópico, como comédia e improviso”, comenta Clara
Duarte.
A coordenadora do projeto para crianças é Cindy Lisiani
Sales Borges. A jovem de apenas 16 anos faz parte do Véu da Lua jovem, e
está no meio teatral desde os 7 anos. Ela lembra que o interesse surgiu pelo
glamour das estrelas de cinema e porque achava interessante a arte cênica. “Eu
sempre via que os artistas conseguiam passar uma verdade interpretando e isso
me chamou muito a atenção”, diz a coordenadora.
O plano da oficina mirim é feito por Cindy, que em cinco
meses, pretende ensinar todos os aspectos básicos do teatro e passar para as
crianças durante as aulas que acontecem aos sábados, pela manhã. “A estreia
delas está programada para acontecer no final da oficina, daqui a cinco meses,
para elas colocarem em prática tudo aquilo que aprenderam”, afirma Cindy.
Os alunos pagam uma taxa de R$50 por mês, para ajudar com a
manutenção do lugar, e quaisquer gastos, já que a ONG não recebe nenhum tipo de
patrocínio. “A juventude de Luziânia parece estar reagindo contra a falta de
projetos e de serviços voltados para a cultura”, conclui Álfio.
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