segunda-feira, 21 de março de 2016

Jovens de Luziânia contam com ONG para aprender arte e cultura em Luziânia-GO

Entidade foi criada por professor da rede pública com finalidade de oferecer oportunidade para aqueles que têm interesse em oficinas de artes cênicas
As integrantes do grupo mirim, Álfio e a coordenadora Cindy
Luziânia, cidade localizada no entorno do DF, é um lugar histórico, mas que oferece poucas atrações culturais aos jovens e as crianças. Para tentar suprir essa lacuna, o professor e artista plástico José Álfio da Silva decidiu criar uma ONG, que leva o nome Proteger Luziânia, para levar cultura e ensinar arte para crianças e adolescentes. Foi assim que surgiu o teatro Véu da Lua. “Como o teatro começou a se apresentar nos espaços da cidade, muitas mães assistiam e queriam que os filhos participassem, já que Luziânia não tem uma escola específica para artes cênicas”, lembra o professor. A  princípio, a companhia era só para os adolescentes. 

As crianças começaram a participar do teatro junto com os jovens, mas o artista plástico comenta que, pela dificuldade em administrar todos juntos, decidiram criar o subgrupo voltado somente para os pequenos. Surgiu, assim, no início deste ano, o Véu da Lua mirim.


Atualmente, o grupo é composto somente por três crianças: Cecília Caixeta, de 12 anos; Clara Duarte, também de 12 anos; e Débora de Oliveira, de 11 anos. “Estamos com uma campanha de divulgação nas escolas, principalmente na rede pública, para ampliar o espaço de participação”, comenta o professor.
José Álfio reforça que o objetivo do projeto, tanto com os jovens, quanto com as crianças, é dar oportunidade para aqueles que têm interesse na arte. “Nosso intuito é atender e mostrar o talento deles. Também é uma forma de prevenção contra os malefícios sociais”, afirma.

A fotógrafa Gisele Lima, mãe da Clara, comenta que a filha sempre demonstrou interesse pelo universo cênico e que ela conheceu a oficina através de uma amiga. A mãe afirma que ela e toda a família apoiam a menina. “Eu só incentivei. Se a criança demonstra qualquer tipo de interesse, por algo saudável, você tem que apoiar”, aconselha Gisele.

O que Cecília, Débora e Clara têm em comum é o interesse pelo teatro. Clara até já escreveu uma peça e quer apresentar para as colegas. “Eu escrevo em casa sozinha, a peça é sobre a Chapeuzinho Vermelho. Aqui, em cada aula aprendemos um tópico, como comédia e improviso”, comenta Clara Duarte.

A coordenadora do projeto para crianças é Cindy Lisiani Sales Borges. A  jovem de apenas 16 anos faz parte do Véu da Lua jovem, e está no meio teatral desde os 7 anos. Ela lembra que o interesse surgiu pelo glamour das estrelas de cinema e porque achava interessante a arte cênica. “Eu sempre via que os artistas conseguiam passar uma verdade interpretando e isso me chamou muito a atenção”, diz a coordenadora.

O plano da oficina mirim é feito por Cindy, que em cinco meses, pretende ensinar todos os aspectos básicos do teatro e passar para as crianças durante as aulas que acontecem aos sábados, pela manhã. “A estreia delas está programada para acontecer no final da oficina, daqui a cinco meses, para elas colocarem em prática tudo aquilo que aprenderam”, afirma Cindy.

Os alunos pagam uma taxa de R$50 por mês, para ajudar com a manutenção do lugar, e quaisquer gastos, já que a ONG não recebe nenhum tipo de patrocínio. “A juventude de Luziânia parece estar reagindo contra a falta de projetos e de serviços voltados para a cultura”, conclui Álfio.

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