IML DE LUZIÂNIA
Falta de funcionários, rachaduras nas paredes, sujeira
no pátio: ingredientes nefastos que colocam o instituto em situação precária.
Para piorar a situação, no início de julho, dois cadáveres foram trocados
Luziânia – Inaugurado há mais de 13 anos, o Instituto
Médico Legal (IML) de Luziânia (foto) ainda não conta com Alvará de
Funcionamento, Licença Sanitária e muito menos com Atestado de Conformidade do
Corpo de Bombeiros. Mesmo assim atende uma região composta por nove municípios,
o que equivale a 700 mil habitantes. Para atender essas cidades, o instituto
conta com apenas 3 viaturas que são obrigadas a se deslocarem a cidades como
Mimoso, a 210 quilômetros e Padre Bernardo distantes 190 quilômetros de
Luziânia.
Nós tentamos contato com o gerente Flávio Guimarães, mas
não conseguimos. Um funcionário nos informou que ele não se encontrava.
Descobrimos que a situação do IML é precária. Não por falta da boa vontade dos
seus poucos funcionários, mas muito mais pela ausência de estrutura. O número
de médicos legistas que prestam serviço no IML é limitado. O número de
auxiliares de necropsias, a mesma coisa.
Além de tudo isso, os vizinhos convivem com o mal cheiro
que brota do interior do prédio. A dona de casa Maria Luiza de Souza reclama
que ficou 12 horas aguardando a liberação do corpo do irmão. “Me senti
desrespeitada, atordoada e magoada”, disse a mulher.
TROCA DE CADÁVERES - Cheia de adjetivos para falar do IML
de Luziânia está também uma família do município de Santo Antônio do Descoberto.
Dois cadáveres foram trocados no momento da liberação. A tia de um deles,
moradora do município vizinho, afirmou que só descobriu a troca durante o
velório. Ela considerou o equívoco “um tremendo descaso”. A família está
pensando em entrar na justiça. No IML, fomos informados de que uma sindicância
será aberta para descobrir quem foi o verdadeiro culpado pela troca de
cadáveres, porém o IML já adiantou que o erro só aconteceu porque o técnico que
teria que liberar o corpo estava no seu horário de almoço.
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