quarta-feira, 29 de julho de 2015

IML DE LUZIÂNIA AOS TRANCOS E BARRANCOS

                                                              IML DE LUZIÂNIA


 Falta de funcionários, rachaduras nas paredes, sujeira no pátio: ingredientes nefastos que colocam o instituto em situação precária. Para piorar a situação, no início de julho, dois cadáveres foram trocados
Luziânia – Inaugurado há mais de 13 anos, o Instituto Médico Legal (IML) de Luziânia (foto) ainda não conta com Alvará de Funcionamento, Licença Sanitária e muito menos com Atestado de Conformidade do Corpo de Bombeiros. Mesmo assim atende uma região composta por nove municípios, o que equivale a 700 mil habitantes. Para atender essas cidades, o instituto conta com apenas 3 viaturas que são obrigadas a se deslocarem a cidades como Mimoso, a 210 quilômetros e Padre Bernardo distantes 190 quilômetros de Luziânia.
Nós tentamos contato com o gerente Flávio Guimarães, mas não conseguimos. Um funcionário nos informou que ele não se encontrava. Descobrimos que a situação do IML é precária. Não por falta da boa vontade dos seus poucos funcionários, mas muito mais pela ausência de estrutura. O número de médicos legistas que prestam serviço no IML é limitado. O número de auxiliares de necropsias, a mesma coisa.
Além de tudo isso, os vizinhos convivem com o mal cheiro que brota do interior do prédio. A dona de casa Maria Luiza de Souza reclama que ficou 12 horas aguardando a liberação do corpo do irmão. “Me senti desrespeitada, atordoada e magoada”, disse a mulher.

TROCA DE CADÁVERES - Cheia de adjetivos para falar do IML de Luziânia está também uma família do município de Santo Antônio do Descoberto. Dois cadáveres foram trocados no momento da liberação. A tia de um deles, moradora do município vizinho, afirmou que só descobriu a troca durante o velório. Ela considerou o equívoco “um tremendo descaso”. A família está pensando em entrar na justiça. No IML, fomos informados de que uma sindicância será aberta para descobrir quem foi o verdadeiro culpado pela troca de cadáveres, porém o IML já adiantou que o erro só aconteceu porque o técnico que teria que liberar o corpo estava no seu horário de almoço.

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