O governador Marconi Perillo (PSDB) perdeu a calma ao ser
vaiado por servidores da Educação durante evento de entrega de bolsas para
atletas no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), nesta sexta-feira, 19.
Professores e servidores da Educação estão em greve há 38 dias. Pela manhã,
cerca de 300 representantes da categoria fecharam a entrada do Palácio Pedro
Ludovico Teixeira, em protesto pela dificuldade de negociar a pauta de
reinvindicação com o governo estadual.
"Alguns radicais, que querem achar que o Brasil é a
Venezuela ou é Cuba, quiseram atrapalhar este evento. Talvez tentando me
intimidar para que eu não viesse aqui. Radicais, pessoas que são acostumados a
baderna, ao desrespeito, à deseducação. Mas eu tenho coragem de enfrentá-los,
todos, de cabeça erguida. O professor eu respeito, baderneiro, não!”, atacou o
governador, que costumeiramente reage durante eventos públicos em que é alvo de
vaias.
Em vídeo postado nas redes sociais por um dos manifestantes
presente ao protesto no CCON, é possível notar o nervosismo do governador,
discursando em voz alta e tom de indignação. Em um trecho, o governador elogia
os professores, mas afirma que não serão os “gatos-pingados, que irão ganhar no
grito”, em referência aos presentes que o vaiavam sem parar.
Ao classificar os manifestantes do movimento grevista de
“gatos-pingados”, Marconi entra em contradição. No final da tarde, o próprio
governo divulgou nota em rádio e televisão falando dos investimentos em
Educação, disposição de diálogo e reprovando a greve definida pelo Sindicato da
Educação em Goiás (Sintego).
O governo de Marconi Perillo não paga a data-base aos
professores, descumpre o piso salarial nacional, não realiza concursos e agora
parcela o salários dos servidores. Ainda assim, o tucano não aceita críticas,
como as manifestações de sexta-feira. Se há alguma semelhança com os regimes de
Cuba e Venezuela, certamente não é no posicionamento dos servidores.
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