A troca de comando do diretório estadual do PSDB expôs uma
fratura que extrapola o ninho tucano e alcança grande parte da base governista:
a tolerância com o autoritarismo do governador Marconi Perillo (PSDB) cansou
seus aliados, até mesmo os mais próximos. A liderança do tucano foi colocada em
xeque antes, durante e depois do processo que definiu o ex-deputado Afrêni
Gonçalves para a presidência do diretório estadual da legenda.
A bancada federal de seis deputados reivindicou a
presidência do diretório. O deputado federal Alexandre Baldy era o nome e
consenso. Marconi vetou e decidiu sozinho que o presidente seria Afrêni
Gonçalves – politico inexpressivo, porém leal ao tucano-chefe. Marconi emplacou
do ‘bolso do colete’ Paulo de Jesus e João Meirelles nos postos de comando do
partido. Em resumo, Marconi decidiu transformar o diretório do partido em
extensão do Palácio.
A convenção do PSDB que aclamou o novo diretório, porém, foi
completamente esvaziada. A primeira vice-presidência foi o único posto deixado
por Marconi para a bancada federal ocupar. Ninguém aceitou o cargo, em ato
flagrante confronto. Para completar, Baldy, delegado Waldir Soares e Célio
Silveira trocaram a festa tucana pelo batizado do filho do deputado federal
Heuler Cruvinel (PSD), em Rio Verde.
Chamou a atenção ainda a sinceridade do vereador Thiago
Albernaz, neto do ex-prefeito Nion Albernaz. O vereador afirmou ao Giro, de O
Popular, que a eleição no PSDB foi “tão melancólica” que nem mesmo o
governador, padrinho da nova turma, resolveu aparecer.
A insatisfação com os atos intempestivos e escolhas de
Marconi já vem se tornando pública há algum tempo. Desde que foi reeleito para
o quarto mandato, o tucano foi confrontado por aliados históricos como o
deputado Jovair Arantes (PTB) e o ex-deputado Antônio Faleiros e, mais
recentemente, também pelo deputado Delegado Waldir. Nos bastidores,
principalmente, a insatisfação é enorme.
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