David Santos, 34, ficou internado em Luziânia e morreu em
hospital do
DF. Secretaria de Saúde diz que laudo com causas da morte
sairá
em 30 dias.
O entregador David Francisco dos Santos, de 34 anos, morreu
com suspeita por infecção por histoplasmose, mais conhecida como doença do
pombo. Morador de Luziânia, ele ficou alguns dias internado na cidade e, quando
o quadro se agravou, foi transferido para um hospital no Gama (DF). Lá, apesar
do tratamento, não resistiu.
Esposa de David, a funcionária pública Cléia dos Santos
conta que o homem procurou atendimento médico após ficar cerca de dois meses
com sintomas parecidos com o de uma gripe. “A médica pediu uma ressonância
magnética, que constatou que ele estava com a doença do pombo”, afirma.
Cléia conta que, cinco meses antes de ficar doente, era
comum que o marido entregasse mercadorias em galpões. Ela suspeita que, em um
desses locais, ele pode ter sido contaminado. “Ele sempre falava que os galpões
eram muito empoeirados, com muitos pombos nos telhados, cujas fezes se
espalhavam pelas paredes”, lembra.
David foi internado e, com a piora no quadro de saúde, foi
transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Regional do
Gama. Na semana passada, ele morreu. O atestado de óbito apontou que a causa da
morte foi uma pneumonia, que pode ter sido uma complicação da histoplasmose.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que as
causas da morte do paciente são investigadas e um laudo deve ficar pronto
dentro de 30 dias.
David deixou um filho de três anos. A esposa dele lamenta o
fato dele não ter procurado tratamento logo que começou a sentir os sintomas.
“Qualquer pessoa está sujeita a pegar a doença. Então, todos devem ter mais
cuidado e, assim que sentir falta de ar, tosse, dor nas juntas, cansaço, procurem
um médico. Não fiquem perdendo tempo”, disse Cléia.
Contaminação
- A doença é transmitida pelas fezes das aves e a contaminação ocorre pelas vias respiratórias. Segundo a infectologista Eliane Bicudo, os fungos vão direto para os pulmões. “Podem ser geradas alergias de pele, coceira e alergias respiratórias, podendo ser elevadas a asma, sinusite e rinite. Mas também pode gerar doenças infecciosas, que são aquelas como pneumonias”, explicou.
O veterinário Álvaro de Carvalho alerta que os pombos
costumam procurar abrigos nos telhados das casas, então, na hora de fazer a
limpeza das fezes, os moradores precisam tomar alguns cuidados. “Na época da
seca os riscos aumentam, pois o correto é molhar a área para que esse pó não
suba e a pessoa não inale. Assim, deve-se lavar o ambiente”, diz.
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Histoplasmose é transmitida por fezes de pombos, dizem especialistas |
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