Situação desumana e perigosa faz MP pedir interdição do IML
de Luziânia e caso não seja comprida as exigências o Governador de Goiás Marconi Perillo pode ser multado
Vistoria do Ministério Público de Goiás constatou desde
corpos em decomposição do lado de fora do prédio até tratamento inadequado de
restos mortais. Situação desumana e perigosa deixa população exposta.
As más condições do Instituto Médico Legal (IML) de Luziânia
(GO) e a insistência em não melhorar o atendimento e as instalações do prédio
levaram o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) a tomar uma medida
drástica: pedir na Justiça a interdição do serviço e fechamento da unidade que
atende quase 900 mil pessoas que vivem nos 10 municípios goianos localizados no
Entorno Sul do Distrito Federal, sob pena de o próprio governador de Goiás,
Marconi Perillo, pagar multa em caso de descumprimento. A ação foi protocolada
na última quinta-feira e pode ser aceita ou não pela Justiça.
Vistoria feita pelo órgão mostrou cenas desumanas: corpos em
decomposição alocados dentro de urnas abandonadas do lado de fora do prédio e
cercadas por moscas; veículos antigos como criadouros de baratas; geladeiras e
materiais em desuso largados a céu aberto. Além disso, segundo o MPGO, o local
não tem documentação básica para o funcionamento, como alvará sanitário,
licença ambiental, regularidade técnica emitida pelo Corpo de Bombeiros e Plano
de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde.
O promotor responsável pela ação, Julimar Alexandro da
Silva, conta que teve dificuldade de acesso ao prédio para fazer a vistoria.
Todas as vezes que marcava a visita, a direção do IML arrumava uma desculpa
para desmarcar. Por isso, a saída foi a presença surpresa, momento em que as
imagens anexadas na ação foram realizadas. “Há mais de uma década, o IML de
Luziânia é um problema e o MPGO tenta resolver a questão amigavelmente e
extrajudicial. Mas nada é feito. Chegamos ao limite”, afirma.
Fonte: Correio Brasiliense
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