Dez obras, entre pinturas e gravuras,
compõem a exposição
DJ Oliveira: paulista, artista chegou em Goiânia com 24 anos de idade
Quando se fala em artes plásticas em Goiás seria um grande
pecado não lembrar do artista DJ Oliveira, um dos protagonistas do movimento
modernista no Estado, ao lado de Gustav Ritter e de frei Nazareno Confaloni.
Suas pinceladas revelaram parte da identidade cultural goiana com registros de
casarões e de paisagens. Ele também influenciou uma dezena de nomes na sua
atuação como professor, casos de Siron Franco, Ana Maria Pacheco, Roos e Iza
Costa. Um pouco da sua produção entra em cartaz hoje, na mostra DJ Oliveira:
Referência Modernista, na galeria R³ Gabinete de Arte.
Serão exibidas dez obras, entre pinturas e gravuras, que
caracterizam o processo criador e alguns dos eixos temáticos do processo
pictórico de DJ Oliveira, como paisagem, natureza morta, circo, crítica
política e São Francisco. A curadoria é assinada pelo artista plástico Divino
Sobral. São trabalhos que mostram as diversas facetas do manuseio da têmpera e
do óleo, sua orquestração no arranjo das cores, que aderem às figuras e aos
espaços internos ora em acordos policrômicos de contrastes simultâneos, como vermelho
e verde ou azul e amarelo, ora em quase rebaixamentos de sóbria monocromia
tonal.
“Tive a oportunidade de conviver com o DJ e aprendi muitas
técnicas com ele, como afresco, gravura e têmpera. Ele era uma pessoa humilde e
nunca negou ensino para ninguém. Além de um grande amigo, fazia um arroz e um
feijão dentro do macarrão delicioso e temperado com alho”, lembra o pintor
Alexandre Liah, que trabalhou com DJ.
O artista
Nascido em Bragança Paulista (SP), em 1932, Dirso José de
Oliveira, o DJ Oliveira, chegou a Goiânia em 1956, e criou seu ateliê de
pintura e desenho publicitário, fazendo vitrines e cartazes. A arte em Goiás
vivia influências do Novecento (movimento italiano), aportada pelas ideias e
mãos do frei Confaloni; da escola alemã Bauhaus (uma das principais expressões
da arquitetura moderna na Alemanha), percebida nos trabalhos de Gustav Ritter;
e do Grupo Santa Helena, experiência trazida por DJ de São Paulo, formado por
pintores nos anos 30 para discutir arte, pintar e trocar ideias.
Na década de 60, começa a dar aulas de gravura em madeira e
desenho na antiga Escola de Belas Artes da Universidade Católica de Goiás.
Pouco tempo depois, DJ Oliveira viajou à Europa, onde trabalhou na Espanha,
Holanda, Itália, França, Inglaterra e Suíça, retornando a Goiânia em 1970. No
período, começou a dedicar-se à gravura em metal, desligando-se da pintura. No
momento, passou a retratar personagens da literatura, em especial Dom Quixote e
Sancho Pança. Em 1973, mudou-se para Luziânia e retornou para a capital, onde
morreu de falência múltipla de órgãos em 23 de setembro de 2005.
Exposição: DJ Oliveira: Referência Modernista
Abertura: Hoje, às 20 horas
Local: R³ Gabinete de Arte – Rua R-2, nº 78, Setor Oeste
Visitação: De amanhã até 9 de julho, de terça a sexta-feira,
das 10 às 18 horas, e sábado, das 10 às 14 horas
Entrada franca
Mais informações: 3645-5141
Fonte: Jornal Opopular
Fonte: Jornal Opopular
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