sexta-feira, 17 de junho de 2016

Mostra DJ Oliveira: Referência Modernista será aberta nesta terça em Goiânia

Dez obras, entre pinturas e gravuras, 
compõem a exposição
DJ Oliveira: paulista, artista chegou em Goiânia com 24 anos de idade


Quando se fala em artes plásticas em Goiás seria um grande pecado não lembrar do artista DJ Oliveira, um dos protagonistas do movimento modernista no Estado, ao lado de Gustav Ritter e de frei Nazareno Confaloni. Suas pinceladas revelaram parte da identidade cultural goiana com registros de casarões e de paisagens. Ele também influenciou uma dezena de nomes na sua atuação como professor, casos de Siron Franco, Ana Maria Pacheco, Roos e Iza Costa. Um pouco da sua produção entra em cartaz hoje, na mostra DJ Oliveira: Referência Modernista, na galeria R³ Gabinete de Arte.

Serão exibidas dez obras, entre pinturas e gravuras, que caracterizam o processo criador e alguns dos eixos temáticos do processo pictórico de DJ Oliveira, como paisagem, natureza morta, circo, crítica política e São Francisco. A curadoria é assinada pelo artista plástico Divino Sobral. São trabalhos que mostram as diversas facetas do manuseio da têmpera e do óleo, sua orquestração no arranjo das cores, que aderem às figuras e aos espaços internos ora em acordos policrômicos de contrastes simultâneos, como vermelho e verde ou azul e amarelo, ora em quase rebaixamentos de sóbria monocromia tonal.

“Tive a oportunidade de conviver com o DJ e aprendi muitas técnicas com ele, como afresco, gravura e têmpera. Ele era uma pessoa humilde e nunca negou ensino para ninguém. Além de um grande amigo, fazia um arroz e um feijão dentro do macarrão delicioso e temperado com alho”, lembra o pintor Alexandre Liah, que trabalhou com DJ.

O artista

Nascido em Bragança Paulista (SP), em 1932, Dirso José de Oliveira, o DJ Oliveira, chegou a Goiânia em 1956, e criou seu ateliê de pintura e desenho publicitário, fazendo vitrines e cartazes. A arte em Goiás vivia influências do Novecento (movimento italiano), aportada pelas ideias e mãos do frei Confaloni; da escola alemã Bauhaus (uma das principais expressões da arquitetura moderna na Alemanha), percebida nos trabalhos de Gustav Ritter; e do Grupo Santa Helena, experiência trazida por DJ de São Paulo, formado por pintores nos anos 30 para discutir arte, pintar e trocar ideias.

Na década de 60, começa a dar aulas de gravura em madeira e desenho na antiga Escola de Belas Artes da Universidade Católica de Goiás. Pouco tempo depois, DJ Oliveira viajou à Europa, onde trabalhou na Espanha, Holanda, Itália, França, Inglaterra e Suíça, retornando a Goiânia em 1970. No período, começou a dedicar-se à gravura em metal, desligando-se da pintura. No momento, passou a retratar personagens da literatura, em especial Dom Quixote e Sancho Pança. Em 1973, mudou-se para Luziânia e retornou para a capital, onde morreu de falência múltipla de órgãos em 23 de setembro de 2005.

Exposição: DJ Oliveira: Referência Modernista
Abertura: Hoje, às 20 horas
Local: R³ Gabinete de Arte – Rua R-2, nº 78, Setor Oeste
Visitação: De amanhã até 9 de julho, de terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas, e sábado, das 10 às 14 horas
Entrada franca


São Francisco: serigrafia de 1987 integra a exposição que será aberta hoje


Em 1984, o artista criou o quadro Fachada de Pipoca, em óleo sobre tela


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