Segundo moradores, foram 24
vítimas em um mês; policia diz que foram 6.
Colégio fechou as portas no
período noturno após ser alvo de invasão.
Moradores afirmam que prédio da Policia Civil está fechado há 5 anos |
Uma escola suspendeu as
aulas do período noturno por conta da série de assassinatos que assusta os
pouco mais de 15 mil moradores de Campos Lindos, distrito de Cristalina, no
Entorno do Distrito Federal. Com medo da violência, a população tem evitado
sair às ruas à noite. Segundo um levantamento feito pela Associação de
Moradores, 24 pessoas foram assassinadas em 30 dias. A Polícia Civil diz que o
número não é real e que ocorreram seis homicídios em um mês.
“A polícia tem todo o
levantamento da região e ocorreram seis homicídios, não 24. Para cada homicídio
existem as investigações pertinentes, inclusive algumas investigações estão em
estágio avançado de desenvolvimento”, afirmou o delegado Rodrigo Mendes.
A cabeleireira Andréia
Fabiana Xavier alerta para o problema de quem trabalha e não pode frequentar o
colégio durante o dia. “Entraram lá e saíram aterrorizando de sala em sala, os
alunos é que são os mais prejudicados. Porque não tendo aula, aqueles que
trabalham, por exemplo, não podem estudar”, desabafou.
O único local que funciona
à noite é a igreja. Fiéis afirmam que se sentem mais seguros quando estão nas
missas, no entanto, relatam que na última missa ouviram tiros enquanto
participam da celebração. O morador Camilo Xavier conta que todos ficaram em
pânico. “Foram mais de oitenta tiros, foi desesperador, a gente ficou aqui na
igreja sem saber o que fazer”, contou.
O padre da cidade, Adonias
Rodrigues Filho, afirma que não vai suspender as missas norturnas, pois "o
povoado precisa ter fé”. “Nós temos pouca segurança, mas nós não desanimamos”,
afirmou.
O comerciante Márcio Máximo
da Silva, morador de Campos Lindos há 30 anos, afirma que a insegurança nunca
foi tão grande. “A própria polícia que
atua aqui recomenda aos moradores e até mesmo a nós, comerciantes, que depois
que escurece é melhor ficar em casa”, revelou.
Cobrança
O presidente da Associação
de Moradores, Clovis Antônio de Jesus, reclama que no distrito de Campos Lindos
não existe uma delegacia de Polícia Civil para que os casos sejam investigados.
“Nós estamos abandonados
aqui. Nossos jovens estão morrendo para o tráfico, para a briga de gangues. A
gente precisa parar com essa matança senão não sei o que vai ser de nós. Em um
levantamento nosso, 24 pessoas morreram em um mês. Nós tivemos que levantar
esses crimes já que não existe delegacia aqui, só temos PM trabalhando aqui em
Campos Lindos", desabafou o presidente
O prédio onde funcionava uma delegacia da Polícia Civil foi
desativado há mais de cinco anos, segundo os moradores. A única unidade de
polícia que funciona na região é um posto da PM. Por conta da série de crimes,
a corporação tem reforçado o policiamento através do Batalhão de Choque.
Jesus afirma que a maior dificuldade é para registrar
boletins de ocorrência e pede a implantação de uma delegacia para apurar a onda
de violência na região. “Daqui a Cristalina são 101 km não tem como registrar a
sua ocorrência, não tem como investigar o crime, assim fica a deriva”,
desabafou.
O delegado regional de Luziânia informou que o boletim de
ocorrência agora é unificado e pode ser registrado pela Polícia Militar e até
pelo Corpo de Bombeiros.
Fonte: G1
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