Lissauer Vieira: revelação política pode disputar em Rio Verde; Virmondes Cruvinel (Goiânia); e Diego Sorgatto (Luziânia)
Não será surpresa se o PSD lançar jovens candidatos a
prefeito em três dos maiores colégios eleitorais do Estado em 2016: Goiânia,
Rio Verde e Luziânia. O caminho é longo e sujeito a mudanças de rumo, mas nas
três cidades há uma conjuntura que favorece a articulação.
Do ponto de vista da macropolítica, os partidos sabem que o
próximo pleito se dará sob o signo da renovação. Pesquisas qualitativas indicam
que o eleitorado está cansado de velhas lideranças e parece pronto a
experimentar novidades. O eleitor quer que o discurso da chamada “nova
política” se torne real. Ganha pontos o partido que conta com revelações
políticas positivas. É o caso do PSD de Goiás. Virmondes Cruvinel (Goiânia),
Lissauer Vieira (Rio Verde) e Diego Sorgatto (Luziânia), deputados estaduais
novatos da sigla, têm tudo para encabeçar o movimento de renovação.
Contudo, nenhuma análise da macropolítica sobrevive sem uma
verificação acurada de cada microcosmo eleitoral. É nesta hora que entram
avaliações sobre o jogo de forças que é disputado em todas as cidades. Nos três
casos, a aposta em nomes realmente novos será um desafio para o PSD. Uma
oportunidade única de mostrar que o partido é ousado e quer mesmo ser um player
na cena política de Goiás.
Goiânia é um microcosmo muito mais complexo que o das outras
duas cidades. Trata-se de um eleitorado maior (oito vezes mais numeroso que o
de Rio Verde e Luziânia) e mais heterogêneo. Por isso mesmo, mais disputado
pelas forças políticas, formando um xadrez bem mais complicado.
Uma complicação que pode gerar situações exóticas, como a de
um agrupamento político maior decidir lançar diferentes candidaturas para
seccionar o eleitorado e forçar o segundo turno. O PSD, partido da base do
governador Marconi Perillo, por exemplo, pode ser escalado para ocupar um
desses espaços estratégicos.
E o melhor candidato pessedista será aquele que injetar
sangue novo na eleição. Alguém com potencial para chamar a atenção do eleitor,
que está enfastiado de figuras muito próximas do cenário polarizado que há
tempos domina a política de Goiás. Nesse caso, Virmondes Cruvinel é o nome:
jovem, professor universitário, procurador do Estado licenciado e o vereador
mais votado da última eleição.
Lissauer e Diego podem selar união de grupos em Rio Verde e
Luziânia
Em Rio Verde e em Luziânia, duas grandes cidades (ambas com
mais de 100 mil eleitores), a situação favorece Lissauer Vieira e Diego
Sorgatto por um motivo muito comum na micropolítica: a polarização entre
lideranças consolidadas exige a unção de um “tertius”. Um nome que transite com
tranquilidade nos dois campos em disputa.
No momento, Lissauer pode parecer o candidato de Juraci
Martins (PSD), atual prefeito de Rio Verde, que já sinalizou que não apoia a
pré-candidatura do deputado federal do grupo, o também pessedista Heuler
Cruvinel. No entanto, Lissauer trabalha diligentemente nos bastidores para
resolver esse impasse. Jovem e bem-sucedido como empresário, está focado em seu
mandato na Assembleia Legislativa e não tem a menor pressa em ser candidato a
prefeito. Considera Heuler o nome natural.
Pelo seu empenho em manter a união do grupo, Lissauer é hoje
o principal elo na interlocução entre o deputado federal e o prefeito. E, por
isso mesmo, pode acabar sendo o “tertius” que o grupo político precisa para
manter a hegemonia contra a oposição, que será forte com Paulo do Vale (PMDB).
A situação é muito semelhante em Luziânia. O conjunto de
forças que apoia Marconi na cidade está dividido. De um lado, o prefeito
Cristóvão Tormin (PSD). Do outro, o deputado federal e ex-prefeito Célio
Silveira (PSDB). O primeiro é candidato à reeleição, mas há dois empecilhos. O
primeiro é o desgaste com o eleitorado (não está bem nas pesquisas) e o segundo
motivo é que não há a menor chance de ele ter o apoio de Célio.
Diego Sorgatto pode ser o “tertius” em Luziânia porque
dialoga com os dois grupos sem qualquer problema. É muito próximo de Cristóvão,
mas não tem nenhuma dificuldade para conversar com o deputado tucano. Assim
como Lissauer, Diego não tem pressa para disputar a prefeitura e, por isso
mesmo, trabalha para acalmar os ânimos.
Mas se a conversação não avançar, pode ser ele o ponto de
junção. Célio já sinalizou que vê essa saída com bons olhos. Mais plausível (e
coerente), por exemplo, do que a dança com o ex-rival Marcelo Melo (PMDB) —
também aventada nos bastidores. No caso de Cristóvão perceber que sua
sobrevivência política depende dessa aliança, o caso está encerrado.
Outro fator que fortalece a tese do “tertius” em Rio Verde e
Luziânia é que este tipo de solução, bem conversada e compartilhada, é o que
mais agrada o tucano-chefe. O governador Marconi Perillo precisa minimizar os
atritos em sua base para que seu voo nacional seja o mais forte possível.
Edição 2092
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