sexta-feira, 14 de agosto de 2015

PSD encara desafio de lançar jovens candidatos a prefeito em Goiânia, Rio Verde e Luziânia

               

Lissauer Vieira: revelação política pode disputar em Rio Verde; Virmondes Cruvinel (Goiânia); e Diego Sorgatto (Luziânia)



Não será surpresa se o PSD lançar jovens candidatos a prefeito em três dos maiores colégios eleitorais do Estado em 2016: Goiânia, Rio Verde e Luziânia. O caminho é longo e sujeito a mudanças de rumo, mas nas três cidades há uma conjuntura que favorece a articulação.

Do ponto de vista da macropolítica, os partidos sabem que o próximo pleito se dará sob o signo da renovação. Pesquisas qualitativas indicam que o eleitorado está cansado de velhas lideranças e parece pronto a experimentar novidades. O eleitor quer que o discurso da chamada “nova política” se torne real. Ganha pontos o partido que conta com revelações políticas positivas. É o caso do PSD de Goiás. Virmondes Cruvinel (Goiânia), Lissauer Vieira (Rio Verde) e Diego Sorgatto (Luziânia), deputados estaduais novatos da sigla, têm tudo para encabeçar o movimento de renovação.

Contudo, nenhuma análise da macropolítica sobrevive sem uma verificação acurada de cada microcosmo eleitoral. É nesta hora que entram avaliações sobre o jogo de forças que é disputado em todas as cidades. Nos três casos, a aposta em nomes realmente novos será um desafio para o PSD. Uma oportunidade única de mostrar que o partido é ousado e quer mesmo ser um player na cena política de Goiás.


Goiânia é um microcosmo muito mais complexo que o das outras duas cidades. Trata-se de um eleitorado maior (oito vezes mais numeroso que o de Rio Verde e Luziânia) e mais heterogêneo. Por isso mesmo, mais disputado pelas forças políticas, formando um xadrez bem mais complicado.

Uma complicação que pode gerar situações exóticas, como a de um agrupamento político maior decidir lançar diferentes candidaturas para seccionar o eleitorado e forçar o segundo turno. O PSD, partido da base do governador Marconi Perillo, por exemplo, pode ser escalado para ocupar um desses espaços estratégicos.

E o melhor candidato pessedista será aquele que injetar sangue novo na eleição. Alguém com potencial para chamar a atenção do eleitor, que está enfastiado de figuras muito próximas do cenário polarizado que há tempos domina a política de Goiás. Nesse caso, Virmondes Cruvinel é o nome: jovem, professor universitário, procurador do Estado licenciado e o vereador mais votado da última eleição.

Lissauer e Diego podem selar união de grupos em Rio Verde e Luziânia

Em Rio Verde e em Luziânia, duas grandes cidades (ambas com mais de 100 mil eleitores), a situação favorece Lissauer Vieira e Diego Sorgatto por um motivo muito comum na micropolítica: a polarização entre lideranças consolidadas exige a unção de um “tertius”. Um nome que transite com tranquilidade nos dois campos em disputa.

No momento, Lissauer pode parecer o candidato de Juraci Martins (PSD), atual prefeito de Rio Verde, que já sinalizou que não apoia a pré-candidatura do deputado federal do grupo, o também pessedista Heuler Cruvinel. No entanto, Lissauer trabalha diligentemente nos bastidores para resolver esse impasse. Jovem e bem-sucedido como empresário, está focado em seu mandato na Assembleia Legislativa e não tem a menor pressa em ser candidato a prefeito. Considera Heuler o nome natural.

Pelo seu empenho em manter a união do grupo, Lissauer é hoje o principal elo na interlocução entre o deputado federal e o prefeito. E, por isso mesmo, pode acabar sendo o “tertius” que o grupo político precisa para manter a hegemonia contra a oposição, que será forte com Paulo do Vale (PMDB).

A situação é muito semelhante em Luziânia. O conjunto de forças que apoia Marconi na cidade está dividido. De um lado, o prefeito Cristóvão Tormin (PSD). Do outro, o deputado federal e ex-prefeito Célio Silveira (PSDB). O primeiro é candidato à reeleição, mas há dois empecilhos. O primeiro é o desgaste com o eleitorado (não está bem nas pesquisas) e o segundo motivo é que não há a menor chance de ele ter o apoio de Célio.

Diego Sorgatto pode ser o “tertius” em Luziânia porque dialoga com os dois grupos sem qualquer problema. É muito próximo de Cristóvão, mas não tem nenhuma dificuldade para conversar com o deputado tucano. Assim como Lissauer, Diego não tem pressa para disputar a prefeitura e, por isso mesmo, trabalha para acalmar os ânimos.

Mas se a conversação não avançar, pode ser ele o ponto de junção. Célio já sinalizou que vê essa saída com bons olhos. Mais plausível (e coerente), por exemplo, do que a dança com o ex-rival Marcelo Melo (PMDB) — também aventada nos bastidores. No caso de Cristóvão perceber que sua sobrevivência política depende dessa aliança, o caso está encerrado.

Outro fator que fortalece a tese do “tertius” em Rio Verde e Luziânia é que este tipo de solução, bem conversada e compartilhada, é o que mais agrada o tucano-chefe. O governador Marconi Perillo precisa minimizar os atritos em sua base para que seu voo nacional seja o mais forte possível.


Edição 2092

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