quinta-feira, 25 de junho de 2015

O que será do Brasil patria educadora em 2018




Seguindo a orientação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de especialistas em marketing e de empresários, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), está se tornando cada vez mais um político nacional e atraindo os olhos do país para o Estado que dirige (o sistema de saúde criado pelo governo, notadamente o Crer, é conhecido em todo o Brasil). João Dória tem contribuído para abrir as portas do meio empresarial, especialmente o de São Paulo, e a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, as portas do mundo financeiro — economistas, ministros e banqueiros — ao tucano-chefe.

Ao estilo freudiano, em todos os lugares, a pergunta é a mesma: o que quer, circulando pelo país, o governador de Goiás? O óbvio: tornar-se um político nacional, ser visto e examinado pelos brasileiros. Com qual objetivo? Depois de quatro mandatos de governador do Estado, Marconi Perillo não quer se tornar o Iris Rezende do PSDB — interrompendo seu ciclo vitorioso com derrotas sucessivas, o que pode acontecer, em caso de o seu grupo político não se renovar, em termos de nomes, e não se modernizar, em termos de ideias e projetos. Em 2018, é possível que o jovem político, hoje com 52 anos, ainda dispute mandato local, para senador. Mas o fato é que, aos poucos, Goiás está ficando “pequeno” para suas ideias e projetos. Por isso, como afirma com acerto uma jornalista, Goiás está “perdendo” e o Brasil está “ganhando” Marconi.

Verdades sagradas podem ser destruídas. Afirma-se que um Estado com um eleitorado diminuto, como Goiás, não tem condições de lançar um presidente da República (ressalve-se que Alagoas bancou Fernando Collor de Mello, em 1989) com efetivas chances eleitorais. Trata-se de um engano convencional. Se candidato a presidente pelo PSDB, partido com alta capilaridade nacional, Marconi terá, sim, chances efetivas de vencer uma eleição para presidente, sobretudo com o desgaste extraordinário do PT.

Só que há um problema: a política do café-com-leite voltou ao país, e notadamente no PSDB. O senador Aécio Neves, de Minas Gerais, e o governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, estão com seus nomes postos e querem disputar a Presidência da República, em 2018, e não querem abrir espaço para uma novidade, como Marconi. O que fazer?

Marconi, sempre ousado, não é um desistente. Por isso, mesmo sabendo das barreiras colocadas por Minas e São Paulo, permanece militando na política nacional. Recentemente, por coerência, sublinhou que, se disputar algum cargo no plano federal, será pelo PSDB. Entretanto, se o alto tucanato bloqueá-lo, o que fará? Pelo menos dois partidos poderiam bancá-lo para presidente. Como político de centro-esquerda, se sentiria à vontade disputando a Presidência tanto pelo PSD de Gilberto Kassab — que torce por sua5 filiação ao partido que dirige — quanto pelo PSB de Carlos Siqueira. No momento, Marconi é um outsider. Sua ousadia, um desses, poderá recompensá-lo. O Brasil — a imprensa, empresários, políticos, a intelligentsia — já o observa com atenção.


Se Marconi conseguir melhorar a educação pública, atraindo a classe média para a escola não paga, e se conseguir organizar centros de recuperação de dependentes químicos eficientes — puxando a atenção do Brasil para Goiás —, dificilmente as elites tradicionais, inclusive a do PSDB, vão conseguir “segurá-lo” nas fronteiras do Centro-Oeste.


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