Emanoel Costa pôs faixas na porta de casa; prejuízo
foi de R$ 8 mil.
Crimes aconteceram em intervalo menor do que três meses,
afirma.
Irritado depois de ter a casa furtada duas vezes em menos de
três meses, um brasiliense afixou duas faixas com mensagens inusitadas na porta
de casa: na primeira, diz que não há mais nada no local para ser furtado; na
segunda, ironiza afirmando que deixaria dinheiro na caixa de correio para que
criminosos não arrombassem mais o portão de casa. De acordo com o bombeiro
hidráulico da Companhia de Saneamento do Distrito Federal Emanoel Costa, o
prejuízo nas duas ocasiões soma R$ 8 mil.
"Proponho aos ladrões: ao invés de trocar portas e
fechaduras todo mês, eu faria uma contribuição voluntária. Deixava na caixa de
correios todo mês. Desta forma ficaria mais barato", diz uma das faixas.
O crime aconteceu em Águas Lindas, no Entorno do DF para
onde o homem se mudou por considerar o custo de vida mais acessível. Costa
conta que, no primeiro furto, os assaltantes entraram pelo terreno vizinho à
casa, que está abandonado. “Eles levaram roupa feminina, cosméticos, perfume”,
disse. “O que tinha de mais valor eles levaram, está vazio.”
O homem cortou então o mato e gastou R$ 1,2 mil para pôr
grades e novas fechaduras. O investimento não foi suficiente, e na semana
passada o bombeiro hidráulico teve a casa furtada novamente. Segundo a vítima,
uma TV de 51 polegadas, um tablete, um computador, utensílios domésticos,
micro-ondas, botijão de gás e roupas foram levados.
"Investi em segurança, em cadeado, chave tetra, portão
eletrônico e reforcei as portas. Nada disso funcionou", conta. "A
maioria das pessoas que mora aqui [Águas Lindas] veio porque não tem condições.
Eu mesmo não tenho como comprar uma coisa minha no DF, então eu vim pra cá. Não
quis invadir terreno no DF como muita gente faz", diz.
"Levaram tudo. Pegaram quando não tinha ninguém em casa.
Na semana passada, quando me roubaram pela segunda vez, entraram pela porta da
frente, durante o dia. Cheguei à noite e a casa estava revirada".
Emanuel Costa diz que sente falta principalmente dos pen drives com
material das aulas que frequenta no curso de engenharia civil em uma faculdade
particular de Brasília, além de simulados de concursos públicos. "As
outras coisas a gente recupera, mas isso não, né?", afirma.
O homem não foi a única vítima. Vizinhos também tiveram a
casa assaltada mais de uma vez e instalaram uma faixa na porta. O item foi
queimado por vândalos.
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